Time, Gentlemen, Please!

É impressionante como uma continuação de jogo pode ser uma droga simplesmente porque o primeiro fez muito sucesso. Whoops, acho que já deixei escapar toda a minha opinião sobre Time, Gentlemen, Please!, não é? Bem, me acompanhem mesmo assim, tem mais a ser dito do que isso. Ah, e para não ferrar com a pontuação, vou me referir ao jogo como TGP.

TGP continua a história de Ben There, Dan That! (maldita exclamação), e portanto logo no começo Ben e Dan precisam dar um jeito de consertar a lavagem cerebral que o Ben e Dan do futuro fizeram no mundo, para que a humanidade os idolatrasse. Sim, eu acabei de contar toda a história do primeiro jogo, mas visto que tudo isso é recapitulado em um vídeo no instante em que TGP começa, não é como se eu estivesse estragando alguma coisa.

De qualquer forma, eles resolvem que a melhor maneira de consertar isso seria impedir que suas personalidades do futuro os tivessem abduzido no começo do primeiro jogo, por meio de um cabide de metal. E qual é a melhor solução para isso? Ora, mas é óbvio, tudo que eles precisam fazer é voltar no tempo e impedir que os cabides sejam inventados. No meio do caminho, eles acabam fazendo algumas coisas erradas, então cabides viram uma fonte de poder, caem nas mãos de Hitler, e a Segunda Guerra Mundial vira o cenário para exércitos de soldados de clones robóticos de dinossauros nazistas. E é nesse cenário que o jogo começa.

Ah, e Hitler pilota um robô gigante.

Eu sei o que você está pensando. “Diego,” você diz, “isso é boçalmente ridículo! O primeiro jogo conseguia fazer um humor nonsense extremamente engraçado, mas essa continuação pelo visto não é nada além de idiota.” E você sabe por que está pensando nisso? Porque é a verdade. Pelo visto Ben e Dan (que também são os nomes dos desenvolvedores do jogo) gostaram tanto de ter dinheiro, prestígio, dinheiro, fama e dinheiro que acharam que a melhor maneira de ganhar ainda mais dinheiro seria pegar um monte de idéias totalmente não relacionadas, juntar tudo em uma bolha disforme e enfiar no Steam para que as pessoas pudessem comprar. Eu não nego que algumas partes do jogo continuam sendo hilárias, mas o humor do jogo no geral soa um tanto quanto forçado, como um humorista de Stand-Up que precisa aparecer pelado no palco para fazer as pessoas rirem.

"Muito de uma coisa legal é uma coisa incrível. Muito de uma coisa incrível... é realmente idiota e ruim."

Por outro lado, o visual do jogo está muito mais bem trabalhado. Os cenários são mais ricos em detalhes (muito embora ainda tenham aquele estilo de desenho à mão), e para a minha imensa alegria, o texto das falas dos personagens foi alterado para uma fonte que não fizesse meus olhos sangrarem.

Aaaah, assim é bem melhor...

Uma das piores coisas em TGP além da história é o fato de que eles fizeram uma das piores coisas dos jogos de aventura (eu não vou mais chamar de point’n’click porque esse tipo de jogo não precisa necessariamente usar só o mouse, vide Grim Fandango). Se você jogou Ben There, Dan That! (iiirgh), você deve se lembrar que cada item coletado tinha uma (E APENAS UMA) utilização, e depois disso era descartado. Mas TGP vai com tanto esforço na direção contrária que acaba tendo cãimbras e virando uma droga. Cada item pode ter até três utilizações em lugares diferentes, e mesmo quando todos os usos deles foram esgotados, os desgraçados continuam no seu inventário, fazendo peso. Eu imagino como um jogo desse tipo seria se tivesse gráficos fotorrealistas, porque provavelmente as roupas do Ben estariam ocupando 10m³, com algumas partes vivas. E além disso, todos aqueles quebra-cabeças intuitivos (eu não disse fáceis) e que faziam sentido foram totalmente substituídos por alguns enigmas com soluções tão bizarras que me fazem imaginar se os desenvolvedores não estavam tomando ácido enquanto escreviam o script. Só para esclarecer: eu tive que procurar as soluções na internet mais de 90% das vezes.

Tem muitas piadas forçadas no game.

Você provavelmente quer saber se vale a pena jogar TGP. Eu não faço idéia. Se você gostou bastante de Ben There, Dan That! (eeeek), e gostaria de saber como termina a história, então compre. Mas eu já vou avisar que eles ferram tanto a história no decorrer de TGP que, no final, eles simplesmente jogam tudo para o alto e falam “Que se dane, vamos fazer o Universo entrar em colapso, Deus aparecer e consertar tudo”. E se você realmente acha que eu acabei de estragar o final, eu te desafio a jogar o game até o fim e imaginar alguma solução para aquela bagunça que pudesse fazer algum sentido.

Frase Final: “*Vee hav meet herr in ze bilding!!!*”

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